Como analisar a situação de saúde dos municípios e de que forma trabalhar com a base de dados e indicações do Ministério da Saúde: esses foram os principais objetivos do seminário organizado nos dias 2 e 3 de março, no auditório do Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Estado do Rio Grande do Sul (NEMS/RS), em Porto Alegre. Realizado pelo Núcleo regional do Rio Grande do Sul do Datasus, em conjunto com o NEMS/RS, como uma atividade prévia para a 7ª Conferência Estadual e 15ª Conferência Nacional de Saúde.
“Há uma constatação de que as políticas de saúde são muito mais para curar do que prevenir. Não temos um diagnóstico epidemiológico do Rio Grande do Sul. Não se sabe quais são as principais doenças de cada cidade, muito menos as suas causas. Para fazermos essa análise é necessário que as pessoas detenham conhecimento. Esse tipo de curso é importante para qualificar os conselheiros e militantes do SUS para entender como se faz uma análise das condições de saúde para construir assim esse diagnóstico que falta e que evitará boa parte do processo de adoecimento”, explicou o vice-presidente do Conselho Estadual de Saúde do Estado (CES-RS), Claudio Augustin.
Aproximadamente 50 participantes tiveram a oportunidade de, durante os dois dias, renovar conhecimentos sobre a história do Sistema Único de Saúde (SUS), controle social, instrumentos de planejamento e gestão, além de receber informações sobre as melhores maneiras de analisar a situação de saúde dos municípios gaúchos, utilizando para isto uma ferramenta de planejamento e avaliação desenvolvida especialmente para o seminário. “A capacitação proporcionada pelo Datasus/RS merece nossos agradecimentos. Sejam os dirigentes sindicais e usuários, é fundamental saberem onde buscar informações e analisar a situação de saúde para intervirem com qualidade nas discussões de saúde que impactem nas políticas públicas q atendam as necessidades da população”, afirmou a vice-presidente do Sindicato dos Farmacêuticos do Estado do Rio Grande do Sul (Sindifars) e secretária da Saúde da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-RS), Debora Melecchi.
“Nesses cursos, estamos qualificando pessoas que irão participar das conferências municipais. Apesar da conferência mais comentada ser a nacional, acredito que as municipais são as mais importantes, porque fazem parte de um processo extremamente rico. Serão quase 500 conferências no estado que se o Controle Social conseguir fazer com que os participantes discutam sobre saúde, o que faz adoecer e como evitar será a possibilidade de encontrarmos soluções para o adoecimento. Além disso, são as conferências municipais que produzem propostas que irão para a Estadual e a Nacional”, defendeu Augustin.
Outros três cursos semelhantes serão ministrados ainda no mês de março. As datas são 17 e 18, 24 e 25 e 31 e 1º de abril. As vagas já são abertas para Conselhos de Saúde e Coordenadorias-regionais. “O objetivo é de fortalecer a participação dos conselheiros nas discussões das pautas sobre equidade em saúde e nos processos de avaliação da situação de saúde do município, com o objetivo de ampliar o alcance dos debates preparatórios para as Conferências Municipais e para a Conferência Estadual de Saúde”, esclareceu a gerente regional do Datasus, Veralice Maria Gonçalves.
Texto: Aline Vargas