A fiscalização nos ambientes de trabalho, a precarização das condições de trabalho e os casos de adoecimento foram tema, esta semana, de uma reunião ampliada da Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador (CIST) do CES/RS. Participaram da mesa de debates o presidente da Associação Gaúcha dos Auditores Fiscais do Trabalho (Agitra), Luiz Alfredo Scienza, e o chefe da Divisão de Vigilância em Saúde do Trabalhador da SES/RS, Fábio Kalil.
Kalil argumentou que o tema saúde do trabalhador, com o olhar da saúde, é relativamente novo, embora há muito tempo seja defendido como essencial. Ele também declarou que, historicamente, o assunto fica em segundo plano. Ele ainda explicou que, atualmente o câncer, nos mais diversos tipos, é a segunda causa de óbitos entre trabalhadores, mas “ainda não se faz o nexo com o trabalho”.
Com seus quase 30 anos dedicados ao assunto, Scienza alertou que as questões relacionadas à saúde do trabalhador vem saindo do foco da discussão política muito rapidamente. “Perigosamente, tem ficado em plano secundário, não é prioridade, ao menos para a maioria de nossos governantes”, disse. Ele citou dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) de 2013 apontando para 270 milhões de novos acidentes por ano em todo o mundo e 160 milhões de novas doenças ocupacionais no mesmo período. “É de registrar que as doenças ocupacionais matam seis vezes mais que os acidentes”, observou. E acrescentou: “trabalho não é para adoecer gente, não é para matar pessoas”.
O debate foi conduzido pelo coordenador da CIST, conselheiro Alfredo Elenar Gonçalves.