Dados do Ministério da Saúde indicam que há uma epidemia de AIDS no Rio Grande do Sul, na ordem de 2% da população gaúcha com HIV/AIDS, o que é quatro vezes mais que a média nacional, que fica em 0,5%. Em função desta realidade preocupante, o Conselho Estadual de Saúde (CES/RS) promove, em sua plenária na próxima quinta-feira, 15 de agosto, um debate sobre a situação da AIDS no Rio Grande do Sul.
Estará presente do diretor do Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita, e representantes da Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS) e Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre.
Em reunião ocorrida em julho, Fábio Mesquita anunciou novas estratégias de enfrentamento da AIDS no Brasil e reconheceu que, no Rio Grande do Sul, a epidemia é diferenciada em relação aos demais estados brasileiros. Em solo gaúcho, afirma, os dados estão a indicar uma epidemia generalizada, diferente do resto do Brasil, onde a baixa incidência na população em geral indica uma epidemia concentrada em populações especÃficas, com maior vulnerabilidade e com histórico de exclusão social, vÃtimas de discriminação e preconceito.
Mesquita já anunciou que será estabelecida uma ação emergencial para o Rio Grande do Sul, com medidas de combate a AIDS que visem a reduzir os números de forma rápida e eficaz. Para tanto, será formado um Grupo de Trabalho para comandar estas ações, integrado por profissionais com experiência no assunto.
O Fórum ONG AIDS RS, proponente do debate, destaca que há um descaso com o recurso público acumulado nas contas dos municÃpios e do Estado, que totalizam R$ 25 milhões, para ações de prevenção e assistência e para financiamento das ações em parceria com as ONG/AIDS. O Fórum defende que ações devem ser feitas para reverter a tendência de ampliação da epidemia de AIDS no Rio Grande do Sul.