A presidente do Conselho Estadual de Saúde, Célia Chaves, participou da atividade intitulada “Informação o melhor remédio”, na tarde desta quarta-feira (20/1), na Tenda Paulo Freire, na Redenção. O debate contou com as opiniões do presidente do Conselho Nacional de Saúde e da Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar), Ronald dos Santos, da vereadora e farmacêutica, Jussara Cony, e do jornalista, Leandro Fortes.
Jussara apontou que os agravos no consumo excessivo de medicamentos pela sociedade se dão pelo modelo econômico capitalista que gera demanda sem necessariamente haver necessidade. “Os remédios são bens de consumo, a indústria farmacêutica admite a lógica capitalista. O marketing cria demandas baseadas nas dores das pessoas”, defendeu. A vereadora afirmou ainda que vê com preocupação os efeitos das propagandas de remédios. “O CNS deve comprar a briga para que o Sistema Único de Saúde tenha um profissional de farmácia nos postos de atendimento às famílias, não é aceitável que a pessoa se automedique utilizando remédios fornecidos pelo governo”, afirmou.
Para Ronald dos Santos, o profissional formado em saúde deve enfrentar o sistema capitalista produzindo para o povo e garantindo uma saúde de qualidade para a população. “O CNS tem um compromisso de fortalecer as políticas públicas no campo da saúde para que os profissionais possam aprimorar e atender melhor a população”, disse. O presidente também destacou a importância dos avanços na área médica que melhorou significativamente a expectativa de vida da população. “Não podemos negar a evolução da medicina para a vida das pessoas, mas é importante enfatizar que esses avanços devem vir acompanhados de desenvolvimento social também”.
O jornalista midiativista, Leandro Fortes, destacou que cada vez mais a população deve criar novas formas de fazer comunicação, apontar novos caminhos e admitir que este modelo de se fazer comunicação representa a diversidade da sociedade. “A mídia é um instrumento do poder econômico, é fundamental compreendermos o analfabetismo no Brasil, o político, o fiscal e o de saúde. Criar meios de comunicação que decodifiquem essas informações para a população”, explicou.
Para a estudante de farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Cristiane Lima, é preciso discutir a indústria farmacêutica e não é somente o profissional de farmácia que deve fazer o debate, “temos umas das profissões mais defasadas, desde a orientação no comando da medicação para o paciente até o embate com o mercado dos remédios”, alertou.
Com informações da jornalista Mariana Moura, do CNS