Cerca de 700 participantes – entre delegados e convidados vindos de 150 municípios participam da 1ª Conferência Estadual de Vigilância em Saúde (1ª CVS/RS), que ocorre em Porto Alegre, de 6 a 8 de outubro. Na abertura, o presidente do Conselho Estadual de Saúde (CES/RS) e presidente da Conferência, Cláudio Augustin, falou das dificuldades enfrentadas para a sua realização, mas que, neste momento, mantê-la foi “fundamental”, pois é resultado da luta de muita gente. Augustin agradeceu o apoio da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) que, na última hora, aceitou ceder sua sede. “Porém, se fosse necessário, faríamos em praça pública, mas a conferência sairia de qualquer maneira”.
“Construir um processo com ampla participação é difícil, mas necessário, porque só vão nos tirar o SUS (Sistema Único de Saúde) se nós deixarmos. Esse é o nosso espaço de resistência. Ou nos organizamos ou vamos perder o SUS”. Fernando Pigatto, do Conselho Nacional de Saúde e coordenador da Conferência Nacional de Vigilância em Saúde, manifestou que “estamos desafiados a construir essa conferência neste momento tão difícil que estamos vivendo. Nossa agenda é de resistência ao desmonte do SUS”.
Pigatto informou que um abaixo-assinado foi organizado para recolher milhões de assinaturas pela inconstitucionalidade da Emenda Constitucional (EC) 86, que retira recursos do SUS. O documento será entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) em 7 de abril, Dia Mundial da Saúde. “O atual ministro da Saúde (Ricardo Barros) é alguém que está a serviço do capital em um espaço público para desmontá-lo”.
A coordenadora geral da 1ª CVS/RS, Camila Jacques, disse ser este um momento importante de contribuir para o fortalecimento do SUS e de trazer para a população um pouco do que seja vigilância em saúde. “Juntos construiremos o SUS que nós queremos, de qualidade, para toda a população”. Representando do governo do Estado na abertura, a diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), Marilina Bercini, afirmou ser importante conseguir mobilizar a população para discutir vigilância em saúde “em um momento conturbado política e economicamente”.